É menina. Você sempre tem razão. Em suas confusões e palavras incertas. Certeiras. Sempre fala parábolas da cabeça que parece que tira de trechos de poesia. Tristes. Mas com a beleza da tristeza que a gente conhece. E não é frustamento não. Nem papo de mesa de bar. Ai depende. Se for papo de cachaça. Mas essa cachaça que já te expliquei. A gente desconhece e conhece um porção de coisas. Mas nos deixamos levar. Eu com esse meu jeito solto na vida. Que se apega e sente e sofre e ri e chora e fala alto e sussurra e grita e reclama e apazígua. Você com esse seu jeito que parece mocinha delicada pisando em cacos de vidro. Sempre um mistério. Com a força bruta necessária. Não larga o osso e sabe pensar em você a priore mais do que ninguém. Queria saber. Queria ser. Esse jeito manso que me comove. Essa armadura que as más línguas definiriam como "anjo caído". Ou simplesmente que se apropria muito de álcool em gel. Desconhecem. Você. Não sabem de nada garota. Não sabem da gente. Não deixam ser do nosso jeito e tudo bem assim. É menina. Conversamos e falamos e pensamos e enlouquecemos. Você suporta os meus surtos de loucura que ninguém poderia imaginar. Quem diria. Eu chorando e endoidando de um jeito tolo. Mas é um segredo. Sabe que valorizo muito mais o amor em poesia do que essa espécie de vício que é a realidade. Não existe. Inexistente. Eu lamento muito sobre a vida. Isso em todos os aspectos. E sempre me esqueço de ouvir. Mas a gente nunca precisou apenas de palavras para nos comunicar. E pergunto sempre o porque de ter conhecido você - e todos os outros fantasmas e pessoas e monstros de armário - e nunca sei a resposta. Mas acredito em propósitos, você sabe. Menina, só não te digo mais ainda porque já sabe um bocado de tudo. Não sei se é questão de amizade, irmandade, familiaridade, clã ou apenas os acasos da vida que já são predestinados. Mas estamos aqui e agora. Ah, e eu? Eu só agradeço por me fazer superar a vida com seus sermões com nuances de acalanto e farpas bem ditas. Obrigada.
(03/08/2013 )
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Parou. Reparou. Escreveu e se foi.