E disse das linhas, disse de muitas coisas. E naquela época, de nove dias em um passado perpétuo deu-me a vontade de ficar naquele lugarzinho para sempre. A neblina se confundia com a fumaça da Maria. E ela que eu em pensamento pedia sempre, "Maria, me guarde nesse espetáculo para sempre, tenho essa mãe para me cuidar nas horas que eu não cuidar dela. Trago apenas esse casaco vermelho e muita vontade de ficar. Te conto em segredo Maria, sonhava sempre com dias como este. Me leva e me trás por esses trilhos enferrujados, mas me deixe ficar Dona Maria Fumaça." E depois, fiquei contando os degraus que davam para a casinha com uma placa de Aluga-se/Vende-se, aquele de muro preto que eu não acreditava em sua verdade, parecia de mentira. Mas ele escorava aquele sonho, que era mais sonhado para mim. E pra ser sincera, não me lembro quantos eram os degraus, mas lembro do tamanho do meu desejo. E era maior a alegria do dia. Obrigada Mãe, por me levar em seus sonhos em forma de estrada, e obrigada Maria, por me fazer sonhar.
(28/05/2013 - 023:10)
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Parou. Reparou. Escreveu e se foi.