Textos velhos e novos. Um emaranhado de sentimentos à flor da pele.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Quem me conhece sabe. Não sei ser pela metade. Então não seja. Vou sentindo tudo, engolindo a vida numa bocada só. Sou uma montante de confusões e estabanes. Sou sim. Quebro tudo, esbarro em tudo. Em tudo, sabe? Sabe, sim. Sinto tudo com a força do mundo. Aquela força sanguínea  desmedida que não da para segurar. Isso em tudo que faço. No que visto o branco, no que saio, no que sinto, no que vejo, no que imagino. Nas minhas certezas de amizade, na minha experiência familiar no mínimo antropológica, nas minhas dores de quase-amores. É mania de quem escreve sentir a vida com mais força, entende? E é coisa minha, não é de mais ninguém. É como jornalista atento a todas as impressões do que pode virar matéria. Sinto mais forte e mais rápido e caso não. Eu apenas escrevo e me sinto melhor. Pior. Me sinto. Seja lá como for. Seja a vida toda. Eu quero e não quero. Eu choro e rio. Choro. Grito na minha cabeça. Um zunido no ouvido. Dor. De cabeça. Estomago apertado, dolorido, desmilinguido de dor. Hoje acordei meio fora de mim. Não é teoria romântica de quem sente impacto de absurdos predestinados na vida. Acordei meio deslocada mesmo. Tonta outra vez. O sal da madrugada não bastou. A pressão cai tão rápido. Sinto frio. Ouço músicas que me descodificam. Brasileiramente viva. Um amigo quase Buarque me disse isso. Que o brasileiro tem um jeito diferente de sentir. Tem mais alma, mais detalhe. E tem. Mais mania, mais confusão, mais melindre, mais melodia. Será coisa de poeta isso de escrever e tudo sair com cara de velório? É que sou uma pilantra mesmo. Sinto uma coisinha de nada. E me desfaço. Eu já disse isso. Não sei ser pela metade. Então não seja. Repito, não seja. Seja lá quem você for. Quanto a mim sabe-se muito e muito menos do que se pensa. Acredito nas estrelas, nos astros, nos signos, nos santos, nos anjos, nos orixás, nos fantasmas, nos monstros, nos extraterrestres, e se você me disser que não é desse planeta. Eu acredito, porque eu também não sou daqui. Sou bagunçada, atrapalhada, desorganizada. Mas detalhista. Observo o que não se deve observar. O que ninguém repara. Seja nos meio-sorrisos, nos vultos coloridos, nos arrepios, nos bichos, nas crianças, nos velhos, nas flores, nas bobagens e nas seriedades da vida. Tudo faz sentido. E nada tem lógica. Sou á flor da pele. Então nem comece. Me perco no que digo e é por isso que as vezes prefiro engolir as palavras a seco e não olhar nos olhos. Sei ler olhos. Tenho essa coisa com os olhos. Eu já disse. E reparo bem nos distantes. Mas continua sendo coisa minha. Transformando tudo em palavras. Frases soltas. Orações confusas. Entrelinhas. Sabe ler? Então o faça. Seja lá quem você for. Sei esperar toda a sorte de tempo. Mas não sei fingir nada na vida. repara bem nos meus olhos. Pode ver a hiperatividade contida. Mas me fecho e são poucos os que sabem de mim. Embora todos imaginem. Não é a respeito de ninguém. Apenas de mim. Então podem ter razão e eu ser infantil demais, imatura demais, inconformada demais, irresponsável demais, sentimental demais. Mas não sei ser de outro jeito. E não acredito que seja pura verdade, não precisamos crescer na vida e ganhar o título de mulher porque somos fortes o suficiente para fingir que nada está acontecendo ao nosso redor. E se eu estiver errada. Então vou continuar sendo infantil demais, imatura demais, inconformada demais, irresponsável demais, sentimental demais. Eu sou assim, potencializada no que sinto. Em tudo. Insisto no que disse e repito. Mas continua sendo coisa minha. E gosto de fingir que sei escrever. Não sei nada da vida. Na vida. A vida. Mas suponho. 

(08/08/2013 - 11:31)

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Parou. Reparou. Escreveu e se foi.