Textos velhos e novos. Um emaranhado de sentimentos à flor da pele.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Jacareí, 26 de Março de 2013 - Terça-Feira (aproximadamente) 

Não sei o que quero sentir. Se quero sentir. Não sei nada de nada. A vida me carrega para os lados opostos da terra firme. E nessa altura, nem tenho mais vergonha do que escrevo. Sei da chuva. Disso eu sei bem, mais também sei do cheiro ruim de piche e lixo que sinto na cidade em dia de chuva. Confusão. Ser ou não ser? Mais ser o quê? Atravesso a rua, mais para que lado eu quero ir? Sinto um certo arrepio, também sinto nojo, a cidade pega fogo de baixo da água que cai. Os prédios olham para mim. As pessoas passam reto. E cada esquina uma surpresa, um carro, um gato, um saco de lixo desamarrado. A mesma música repetidas vezes, mas só porque ela vai fundo. E vai para dentro de mim. A vontade do dia era de cair no chão, ficar ali mesmo, deitada esperando um não sei quê. E não, não queria consolo algum, apenas fechar os olhos e pronto. Mas nada dessa historia de transição. Apenas dormir por ali por algumas horas e depois acordar bem disposta. A vida é assim mesmo não é? Uma passarela de horrores e em cada canto que passo carrego um galho com flor. Um ou dois versos e pronto. Para que eu vim até aqui mesmo? Esses são dias que corro para dentro de mim. Se saio lá fora é só para brincar de alegria. Mas é só brincadeira.

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Parou. Reparou. Escreveu e se foi.