Textos velhos e novos. Um emaranhado de sentimentos à flor da pele.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Jacareí, 17 de Abril de 2012, Terça- Feira - 23:01 (aproximadamente)

O Assassinato Na Unha / Bicho Grilo,


Vi-me com sua vida em minhas mãos, na ponta da unha que tentava acaricia-lo. Soltei-o sem vontade quando o vi se ir. Ficou ali no canto, antes fosse parado, mas o vi tremer sua asinhas transparentes e seu corpinho verde, que media menos que um fio de cabelo. Mal pudia enxerga-lo e o vi sumir em migalhas. O rastro gosmento era fruto de um afago mal sucedido, e não o pude fazer, tentei ser forte, fingi que nem liguei, mas era tão ruim a sensação de assassinato, seu tamanho era quase microscópico, mas sua beleza... Era plena, era doce e era bela! Sempre apreciei esses bichinhos, quando vinham vez ou outra me dar "Boa noite!" e me emanar "boa sorte", só porque tinham aquela cor verde-joia-rara. Não sabia seu nome, ou se tinha família, ou se gostava de ouvir Mutantes no sábado de manhã, ou se conhecia Drummond, ou se gostava de fazer feira com a família, ou se tinha uma obra de Toulouse na parede da sala, ou se gostava de ser chamado de inseto ou tinha um sobrenome melhor. Mas sabia que não iria voltar para sua casa e para suas paixões, e iria ficar ali, como rastro gosmento que se tornou, por um motivo tão mesquinho, uma simples caricia que seu corpo não aguentou... E cedeu, e parou depois de um tempo de tremeliques instáveis. Será que gostava de cantar?

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Parou. Reparou. Escreveu e se foi.