Textos velhos e novos. Um emaranhado de sentimentos à flor da pele.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Jacareí, 24 de Dezembro de 2012, Segunda-Feira - 21:17 (aproximadamente)

Tinha medo do pior, de incomodar ou falar além da conta, mas aceitei e senti orgulho de mim mesma. O melhor das xícaras de café, dos pedaços grandes de bolo de cenoura ou das bobeiras boas de falar, era ver que ela era real. Lavava louça, andava descalça, tirava a maquiagem para dormir e não se mantinha em uma pose de "não sei que" que outras caras faziam na esperança de se sobressair. Ela não precisava desses apetrechos, era a própria poesia encarnada em corpo de mulher. E era do tipo de mulher que nos surpreende aos goles. "Abre na sua casa." Obedeci. Cheguei, sentei no sofá, tirei a fita de veludo azul escuro do pescoço, espreguicei tirando o mundo das costas e abri a bolsinha, olhei com olhinhos de coruja recém-nascida. Sorri. Engoli o choro de felicidade. Olhei por muitos minutos seguidos. Era um terço cheio de energia, como ela havia prometido, e um São Francisco que sorria para mim. Confesso que me veio todo o odor fúnebre de natal e com ele uma pontinha de alegria pelo lindo presente que exalava felicidade. Chorei. Sorri. Na verdade fiquei sem saber o que fazer ou como retribuir. Era o tipo de presente que tinha alma. Guardei junto com meu extraterrestre e com "Agosto" e "Setembro" - Em agosto você imagina o amor, em setembro você vive o amor. Não me lembro exatamente das palavras, mas guardei o presente com todo o amor do mundo. Sinto uma alegria enorme por conhece-la e a cada dia tende a piorar, é coisa que não se tira, só evolui. E admito ainda que não sei como retribuir, ou o presente, ou o manifesto de amor. Foi assim que me senti.

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Parou. Reparou. Escreveu e se foi.